Transportes Estrela 82613 em Rio de Janeiro por Donald Hudson - ID:2687300

Leonardo, estas portas bipartidas (folha dupla) com abertura para dentro eram padrão destas carrocerias antigas. Estes corrimões fixados na lataria serviam de ponga para as pessoas não pagarem a tarifa. Felizmente, por questão de segurança, estes corrimões externos foram embutidos nas folhas das portas e as portas passaram a abrir para fora.

É verdade! São características únicas dos ônibus daquela época que não cabem mais nos dias de hoje...

Sim, eu concordo. Eu achava sólidas estas carrocerias antigas do RJ capital. Ou seja, o empresário que corretamente conservava os ônibus poderia vendê-lo para outros estados que ainda aguentava mais 5 ou 10 anos de rodagem. O dono da Xavier de Alagoinhas BA comprava muitos ônibus do Rio de Janeiro capital com menos de 5 anos de uso. Exemplo: CAIO Amélia (curto, médio ou alongado), CAIO Vitória, Ciferal Alvorada, Padron Rio e GLS.

Pois é, mas tudo decaiu hoje em dia, principalmente a qualidade nas empresas de ônibus do Rio de Janeiro, grande parte rodam com carros caquéticos nos dias de hoje, há algumas exceções, mas é visível que o transporte aqui piorou bastante...

Eu entendo e admito a sua narrativa. Outro detalhe: nestes últimos anos, os empresários do Rio de Janeiro capital tornando os ônibus cariocas quase monopólio da CAIO. Nos anos 1980 e 1990, mesmo a Ciferal dominando, tínhamos no RJ capital uma quantidade apreciável dos modelos CAIO e Marcopolo urbanos.

Exato! As três marcas dominavam o cenário de ônibus urbanos no Rio de Janeiro! Tinha Caio, Marcopolo e Ciferal à vontade em várias empresas da região! Eu mesmo convivi anos andando em ônibus nestas carrocerias!

Verdade, Leonardo.
Como eu disse, nos anos 1980 e 1990, o dono da Xavier de Alagoinhas BA comprava muitos ônibus seminovos do Rio de Janeiro capital porque os empresários cariocas na época mantinham uma conservação ótima dos veículos e os ônibus cariocas eram vendidos com menos de cinco anos de uso. Mesmo o RJ capital sendo a segunda maior cidade do Brasil, os ônibus cariocas se desgastavam menos do que em Salvador, por exemplo. Os empresários da capital baiana, historicamente, deixavam os ônibus se degradaraem em excesso.

Essa cor é sensacional. Bons tempos que infelizmente não voltam mais.

Pois é Jhean, tínhamos a frota mais nova do país e os ônibus tinham um alto valor de revenda por terem sido bem conservados e com baixa idade, agora veja hoje em dia, é cada carroça rodando que chega a dar pena de ver pelas ruas...

Também acho esta cor maravilhosa Richard, estes carros da Estrela remetem por completo a minha infância!

Leonardo, eu suponho que os aumentos tarifários fortaleciam a renovação e a manutenção, as carrocerias eram mais sólidas, além da concorrência com os outros serviços de transporte (vans, carro de aplicativo, mototaxi) era inexistente ou muito pequena. Então, os empresários do Rio de Janeiro capital tinham condições favoráveis em todos os aspectos e empresários de outras cidades e estados compravam os ônibus cariocas para rodar por mais cinco ou dez anos, pois a qualidade era ótima.

Ah mas nesta época não tinha comparação, não havia tanta concorrência junto aos ônibus, pois o transporte alternativo só surgiu nas proximidades dos anos 2000 e antes disso os ônibus reinavam sozinhos, mas o serviço também não era lá grandes coisas não, muitas empresas faziam o que queriam e bem entendiam com as linhas, e muitas simplesmente tinham intervalos bastante altos com poucos carros na frota, hoje isso piorou bem, mas antes também tínhamos estes problemas, talvez em menor escala, o transporte no Rio de Janeiro sempre muito, mas muito ruim mesmo, só que com o passar do tempo, foi piorando cada vez mais, por isso que sentimos falta desta época anterior...

É verdade, Leonardo. No entanto, eu falo dos ônibus do RJ capital que não caíam aos pedaços nos anos 1980 e 1990. As duas partes cometem falhas: os políticos e os empresários. Então, ambos são responsáveis por estes caos do transporte urbano e os cidadãos, querendo ou não, fortalecem os outros modais de transporte. Eu não sei que alegria as pessoas poderosas sentem com estes caos do transporte urbano. Deveriam sentir vergonha destas falhas.

Todos cometem falhas de fato... Mas em relação a alegria dos poderosos, é simples, são coniventes com isso tudo! É lucro prestar um mau serviço, quanto menos ônibus nas ruas e mais simples forem, maior lucro no bolso, não ter de pagar encargos trabalhistas, manutenção e renovação constante de frota, operação e manutenção de ar condicionado e de elevador para cadeirantes, enfim... Nunca mais vou me esquecer o que o dono da extinta Santa Maria falou na minha frente: "Ônibus bom é o mais simples possível para rodar até não aguentar mais". Por aí você pode tirar de onde vem a alegria dos poderosos...

Até porquê é tão lucro prestar um mau serviço, pois eles sabem que sempre vai ter quem dependa dos ônibus, por mais que a demanda esteja caindo em virtude da determinados concorrentes como o metrô, a Supervia e o Uber...

Em SP capital, os ônibus possuem piso baixo, ar condicionado plenamente operante, motor traseiro em certas linhas. Graças aos subsídios de quase 300 milhões de reais ao mês para cobrir as gratuidades e o ar condicionado. Eu presumo que os empresários pleitearam estes subsídios também. Afinal, o empresário não oferece este conforto à toa.

Sim, obviamente a frota só melhora quando entram bons subsídios na jogada, caso contrário é só o simples e básico mesmo... São Paulo é a cidade brasileira com mais ônibus de motor traseiro em operação e a refrigeração lá avançou bastante também, começou bem depois que o Rio de Janeiro no quesito ar condicionado, mas em compensação já teve um grande avanço pelos dias atuais... Inclusive os subsídios fizeram com que a tarifa este ano se mantivesse congelada em R$ 4,40...

Lembrando que além dos ônibus, o metrô e os trens da CPTM também custam R$ 4,40 em São Paulo, claro que integrando ao bilhete único este valor sobe, no entanto o valor unitário destes modais aqui no Rio de Janeiro é o mais caro do país, custando R$ 6,50 no metrô, R$ 7,40 na Supervia e R$ 7,70 nas Barcas...

Leonardo Bruno Mello dos Santos em Florianópolis é pior. Custa R$ 6 a passagem em ônibus sem ar condicionado.

No tocante aos ônibus sim, é muito caro lá em Florianópolis...